domingo, 4 de agosto de 2013

CONVERSINHA BÁSICA DE DOMINGO À NOITE

—Rospo!
—Sapabela! Que saudades!
—Vários dias. Amigos não podem ficar tantos dias assim, ainda mais hoje com tanta tecnologia. Aliás, tecnologia deveria ser para isso prioritariamente: aproximar os sapos amigos, os que se amam...
—Falando nisso, já mandou hoje alguma mensagem para quem você ama?
—Rospo, que conversa é essa?
—Brincadeira, Sapabela. Não recebi nenhuma mensagem sua.
—Está muito engraçadinho hoje. Tomou licor de anis antes da hora?
—Eu?
—Faça-me rir.
—O que manda, Sapabela?
—Agosto chegou! Maravilhoso! O mês maior, o lindão. Festa na mata!
—Quê?
—Sereias, sacis, caiporas... Luzes nas florestas do brejo...
—Que Cascudo!
—A minha amiga continua apaixonadíssima pelo depois. Um caso de amor inigualável. Não tem outro igual.
—E ela é feliz?
—Não. Vai ser depois,
—Entendi.
—Sempre entende.
—Sei que amiga quando gosta exagera, mas não exagere, querida. Nem sempre entendo.
—Está com a sexta-feira toda na alma.
—É domingo!
—Sou mesmo distraída. Talvez por isso minhas roupas não combinam... E acho que sou a única sapa no planeta que adora ser atrapalhada.
—Exagerada!
—Rospo, sapos e sapas não se entendem...
—Ainda bem!
—Está louco, é?
—O planeta está com superpopulação, já beirando além do limite. Já pensou se os sapos e as sapas se entendessem?
—Já vi que hoje resolveu se divertir. Rospo, veja! Viemos caminhando na calçada e ela chegou, com suas luzes resplandecentes. Que linda!
—Magnólia!
—Agora tudo começa.
—Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

ROSPO 2013  —  888

Marciano Vasques

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